No domingo (24), data em que a Ucrânia celebrou 34 anos de independência da União Soviética, o papa Leão XIV utilizou seu tradicional discurso dominical no Vaticano para renovar o apelo por paz em meio ao conflito mais sangrento da Europa desde a Segunda Guerra Mundial. Diante dos fiéis reunidos na Praça de São Pedro, o pontífice afirmou:
“Encorajo todos a se juntarem aos ucranianos na sua iniciativa espiritual, a Oração Mundial pela Ucrânia, pedindo ao Senhor que conceda paz a seu país atormentado.” – Leão XIV, papa.
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A fala ecoou no dia em que milhões de ucranianos, dentro e fora do país, celebraram a independência proclamada em 1991. Para além do tom religioso, a mensagem buscou evidenciar a necessidade de manter a atenção internacional voltada ao conflito que já deixou milhares de mortos, milhões de deslocados e uma geração marcada pela guerra.
Três anos de guerra e impasse nas negociações
A invasão russa em fevereiro de 2022 transformou o cenário geopolítico europeu. Hoje, Moscou controla cerca de um quinto do território ucraniano e formalizou a anexação de quatro regiões — Donetsk, Luhansk, Kherson e Zaporizhzhia. As linhas de frente, que se estendem por mais de 2 mil quilômetros, continuam marcadas por bombardeios, ataques de drones e destruição de infraestrutura civil.
Apesar de conversas diplomáticas ocasionais, não há sinais de cessar-fogo. O Kremlin insiste em manter seus objetivos estratégicos no leste ucraniano, enquanto Kiev reforça ataques contra alvos militares dentro da Rússia, numa tentativa de enfraquecer a capacidade de Moscou.
O custo humano do conflito
As consequências humanitárias são devastadoras. Estima-se que centenas de milhares de soldados tenham morrido em combate, embora nenhum dos lados divulgue dados oficiais de baixas militares. Segundo autoridades americanas, o número de mortos e feridos entre militares e civis pode já ter superado 1,2 milhão. A ONU aponta que a maior parte das vítimas civis é de cidadãos ucranianos, em meio a ataques que, mesmo negados como intencionais pelos governos, atingem áreas residenciais, hospitais e escolas.
Apelo espiritual em meio à destruição
Para o papa Leão XIV, a oração é uma forma de manter a esperança viva e de reforçar a solidariedade internacional com o povo ucraniano. No Vaticano, ele insistiu que o mundo não pode se acostumar com a continuidade da guerra:
“O grito dos inocentes não pode ser ignorado. O sofrimento das famílias, dos deslocados e daqueles que perderam entes queridos exige de nós não apenas compaixão, mas ação concreta em busca da paz.” – papa Leão XIV.
O gesto do pontífice também dialoga com a tradição da Igreja Católica de se posicionar em grandes crises internacionais, especialmente em momentos simbólicos. No Dia da Independência da Ucrânia, o apelo ganhou ainda mais peso político e espiritual, reforçando o contraste entre a luta histórica pela soberania e a realidade atual de ocupação e destruição.
Foto de capa: Divulgação/Vatican News











