A comitiva de senadores brasileiros desembarcou em Washington neste sábado (26) com uma missão urgente: tentar barrar o tarifaço de Trump, que impõe uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros a partir de 1º de agosto. A medida, considerada retaliatória, foi anunciada pelo presidente dos Estados Unidos em resposta ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo Trump, o processo contra Bolsonaro, que é réu por tentativa de golpe de Estado em 2022, representa uma “caça às bruxas” — expressão que também usou em sua própria defesa nos EUA. O tarifaço de Trump já começa a causar impacto: segundo a Abipesca, o setor de pescados foi um dos primeiros a registrar prejuízos, com cancelamentos e retração nas exportações.
A comitiva é composta por oito senadores, entre eles Nelsinho Trad (PSD-MS), Tereza Cristina (PP-MS), Jacques Wagner (PT-BA), Marcos Pontes (PL-SP) e Rogério Carvalho (PT-SE). O grupo pretende sensibilizar parlamentares democratas e republicanos, além de líderes empresariais e representantes da sociedade civil.
“Estamos indo para construir pontes e não muros, que não levam nenhum país a nenhuma melhoria de vida do seu povo e da sua economia”, declarou Rogério Carvalho.
A agenda da comitiva começa na segunda-feira (28), com encontros com empresários na Câmara de Comércio dos EUA e no Brazil-U.S. Business Council. Na terça (29), os senadores se reúnem com parlamentares norte-americanos. Já na quarta (30), a programação se encerra com um diálogo com entidades da sociedade civil, incluindo o Americas Society Council of the Americas.
O tarifaço de Trump é visto como uma tentativa direta de interferência nos rumos da justiça brasileira. A medida foi anunciada em carta pública ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), na qual Trump chamou o julgamento de Bolsonaro de “vergonha internacional”.
O presidente Lula reagiu: “O Brasil não aceitará ser tutelado por ninguém”. O Palácio do Planalto deve acionar a Lei da Reciprocidade Econômica para responder à altura.
A missão dos senadores em Washington busca evitar uma escalada comercial entre os dois países. Mas, até agora, a postura da Casa Branca tem sido de cautela — o que aumenta a pressão sobre a diplomacia brasileira nos próximos dias.
Foto:Brendan Smialowski/AFP
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