O Vale do Paraíba vai entrar em 2026 com uma das maiores ampliações de ensino técnico já registradas na história da região. O número de matrículas da rede estadual vai saltar 75,3%, passando de 11.536 para 20.229 estudantes. A projeção foi anunciada pelo Governo de São Paulo durante cerimônia no Palácio dos Bandeirantes e consolida a estratégia de transformar o Ensino Médio Técnico em política de largo alcance. Entre agora no canal oficial do Diário no Whatsapp e receba notícias em tempo real.
No estado como um todo, a rede estadual vai de 124 mil para 231 mil alunos. Somando as Etecs, esse número chega a 321 mil, o equivalente a 40% dos estudantes da 2ª e 3ª séries. O governador Tarcísio de Freitas classificou o patamar como “padrão OCDE”, argumento usado para reforçar que São Paulo tenta se aproximar de modelos internacionais onde a educação técnica é a espinha dorsal da formação profissional.
“A partir do ano que vem, o Estado de São Paulo terá muito mais alunos com dupla formação, saindo da escola com diplomas de ensino médio e de ensino profissionalizante. Com esse número de alunos no ensino técnico, vamos alcançar um padrão de país OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), dando um exemplo para o Brasil. Os cursos profissionalizantes que oferecemos estão conectados com a nossa vocação, pois São Paulo é próspero no agronegócio e na indústria. Temos muitas potencialidades e precisamos de profissionais capacitados”, afirmou o governador Tarcísio de Freitas.
O efeito direto no Vale do Paraíba
A expansão altera a estrutura de atendimento da região e aumenta o número de escolas com ensino técnico: de 157 para 186 unidades. Para cidades cuja economia depende de mão de obra qualificada e rápida — como São José dos Campos, Caçapava, Jacareí, Lorena e Pinda — o movimento alivia gargalos históricos de contratação e amplia a chance de inserção produtiva dos jovens. Siga o @diariodesaojose.com.br no Instagram.
A lógica instalada pelo governo é simples e pragmática: mais formação técnica significa menos déficit de mão de obra, mais competitividade industrial e maior capacidade de atração de empresas para o Vale.
O impacto do BEEM na prática
Além do ensino técnico dentro das escolas, o governo aposta no BEEM – Bolsa Estágio Ensino Médio, que remunera estudantes que ingressam em empresas parceiras. As bolsas variam entre R$ 422,03 e R$ 851,46, pagas pela própria Seduc-SP nos primeiros seis meses, com seguro incluso. Depois disso, as empresas podem efetivar o contrato.
O estado já registra 9.040 estagiários, sendo 1.014 no Vale do Paraíba. A meta é chegar a 10 mil até dezembro e triplicar esse número em 2026.
Durante o evento, a Secretaria criou o selo “Empresa do BEEM”, para reconhecer as organizações que mais contrataram estagiários, melhor avaliaram seus jovens e apresentaram maior integração com as escolas. Cinco escolas da região entraram na lista das 50 mais bem avaliadas no estado.
Como o ensino técnico será ofertado
A formação técnica será distribuída em diferentes arranjos: aulas nas próprias escolas estaduais com professores da Seduc-SP, módulos ministrados por docentes das Etecs, turmas complementares no Senai e formações específicas no Senac. Ao todo, são 11 cursos oferecidos diretamente nas escolas estaduais e 60 formações disponíveis somando Senai e Senac.
Entre as áreas de maior procura estão administração, desenvolvimento de sistemas, logística, enfermagem, eletrônica, agronegócio e meio ambiente — setores alinhados às vocações produtivas da região.
Foto de capa: Divulgação











