O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, realizará na tarde deste domingo (3) um procedimento de radioablação por ultrassonografia da tireoide no Hospital Albert Einstein, em São Paulo. A intervenção é considerada minimamente invasiva e, segundo nota divulgada pela assessoria, a alta médica está prevista para o mesmo dia.
A agenda do governador para a segunda-feira (4) foi mantida. Ele deverá cumprir compromissos internos no Palácio dos Bandeirantes, sede oficial do governo estadual.
O que é radioablação da tireoide?
A radioablação por ultrassonografia é um procedimento moderno utilizado no tratamento de nódulos benignos da tireoide. A técnica consiste na inserção de uma agulha fina na região do nódulo, guiada por ultrassom. Essa agulha libera calor por radiofrequência, que destrói o tecido nodular sem necessidade de cirurgia tradicional.
É um método frequentemente adotado em casos em que os nódulos:
- Estão aumentando de tamanho
- Causam desconforto estético ou funcional (como dificuldade para engolir ou respirar)
- Foram confirmados como não cancerígenos após investigação clínica
A vantagem da radioablação é que o paciente pode retornar para casa no mesmo dia, com rápida recuperação e baixa taxa de complicações. O procedimento dispensa cortes, internação prolongada ou anestesia geral.
Sem alterações na rotina
Apesar do procedimento, a assessoria informou que não haverá alterações significativas na agenda do governador. A recuperação é considerada simples, e o próprio Hospital Albert Einstein já possui protocolo ambulatorial para esse tipo de atendimento.
Até o momento, não há indicação de afastamento das funções ou alterações em compromissos externos previstos para a próxima semana.
Agenda médica caiu como golpe entre ala bolsonarista
Por conta do compromisso médico, Tarcísio não participará da manifestação bolsonarista marcada para o mesmo dia na Avenida Paulista. A ausência, porém, caiu mal entre os aliados mais inflamados do bolsonarismo, que aguardavam a presença do governador como gesto de alinhamento político, especialmente diante da crise envolvendo os Estados Unidos, o STF e a aplicação da Lei Magnitsky contra o ministro Alexandre de Moraes. O silêncio de Tarcísio sobre o caso foi interpretado por parte da base bolsonarista como omissão.
Entre os mais críticos, o pastor Silas Malafaia foi direto ao dizer que o governador “deveria aparecer” na manifestação, e que sua ausência “pegaria mal”. O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) também criticou a postura de Tarcísio, acusando o governador de não defender o ex-presidente e seus apoiadores nos episódios mais recentes, como no caso das tarifas impostas pelos Estados Unidos, quando Tarcísio preferiu culpar o governo Lula, sem citar diretamente o STF ou Moraes.
A expectativa do núcleo mais ideológico era que Tarcísio engrossasse o coro contra o Supremo e, em especial, contra Alexandre de Moraes, visto como principal alvo das manifestações marcadas para este domingo em várias capitais do país. O ex-presidente Jair Bolsonaro, por decisão judicial, está proibido de sair de casa aos finais de semana e não participará do ato.
Nos bastidores, auxiliares de Tarcísio afirmam que o distanciamento é estratégico. Segundo eles, o governador é um dos poucos nomes do campo bolsonarista que ainda mantém interlocução com Moraes, o que o colocaria numa posição de equilíbrio político. Uma postura mais agressiva, segundo essa leitura, romperia essa ponte.
Foto: Divulgação
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