Nos últimos anos, a saúde mental no ambiente de trabalho tem se tornado uma prioridade crescente, especialmente para as micro e pequenas empresas (MPEs). Em 2024, o Brasil registrou um aumento de 67% nos afastamentos por transtornos mentais e comportamentais, com mais de 400 mil casos, conforme dados do Ministério da Previdência Social. Esse cenário evidencia a urgência de se adaptar e dar atenção à saúde mental no ambiente corporativo.
Henrique Gomes, sócio da Ação Consultoria e especialista em gestão de pessoas, destaca as mudanças no perfil do trabalho. “O mercado de trabalho passou por transformações profundas, exigindo não apenas resistência física, mas também um alto nível de esforço cognitivo e emocional. A saúde mental tornou-se um fator determinante para a produtividade e o bem-estar organizacional.”
“Investir em ações de promoção de saúde mental é uma estratégia inteligente e não um luxo”
Henrique Gomes, especialista em Gestão de Pessoas
Atualmente, o trabalho é mais dinâmico, com constante tomada de decisões, adaptação a novos cenários e pressão mental. “O ritmo acelerado, aliado ao fluxo constante de informações e à presença das ferramentas digitais, impõe uma carga mental muito maior do que a que os trabalhadores enfrentavam no passado”, completa Henrique Gomes.
As micro e pequenas empresas, diferentemente das grandes corporações, enfrentam grandes desafios ao lidar com a saúde mental. A falta de recursos financeiros e de pessoal especializado dificulta a implementação de programas de bem-estar. O impacto de problemas como ansiedade, depressão e burnout afeta diretamente a produtividade e o desempenho organizacional. Isso leva a uma redução da produtividade, aumento da rotatividade de funcionários, maior absenteísmo, clima organizacional prejudicado e menor inovação nos processos. “Investir em ações de promoção de saúde mental é uma estratégia inteligente e não um luxo”, afirma Gomes.
Embora as MPEs enfrentem desafios como a falta de recursos, baixa conscientização e um ambiente de alta pressão, é possível adotar soluções práticas. Henrique sugere: “Fomentar um ambiente de trabalho saudável, com comunicação aberta e espaço seguro para que os colaboradores expressem suas preocupações sem medo de julgamento.” Além disso, ele destaca a importância de oferecer flexibilidade de horário, permitindo que os colaboradores conciliem suas necessidades pessoais e profissionais.
Para os empresários, a saúde mental também é um desafio. A pressão para manter o negócio sustentável pode sobrecarregar emocionalmente o líder. “Os empresários devem estar cientes de que sua saúde mental também é fundamental para a sustentabilidade do negócio. A resiliência emocional e a capacidade de tomar decisões sob pressão são habilidades essenciais para liderar uma empresa”, alerta Henrique Gomes. Ele sugere que os empreendedores definam limites claros entre trabalho e descanso, busquem apoio emocional e deleguem responsabilidades para evitar a sobrecarga.
Investir na saúde mental, portanto, é essencial não só para o bem-estar dos colaboradores, mas também para a sustentabilidade das micro e pequenas empresass. Empresas que promovem ambientes saudáveis e equilibrados têm equipes mais motivadas e produtivas, impactando positivamente seus resultados. “Cuidar da saúde mental é, sem dúvida, um diferencial competitivo para qualquer empresa”, finaliza Henrique Gomes.
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