Morreu nesta segunda-feira (5), aos 93 anos, a folclorista e cientista social Angela Savastano, em São José dos Campos. Reconhecida nacionalmente pelo trabalho em defesa da cultura popular, Angela foi uma das figuras centrais na criação de instituições que hoje fazem parte da memória cultural da cidade e da região.
Natural do Rio de Janeiro, Angela chegou a São José dos Campos em 1945, ainda adolescente, quando sua família se mudou para acompanhar um parente em tratamento contra a tuberculose. Na cidade, construiu sua vida pessoal e profissional: casou-se com o médico Rubens Savastano, com quem teve sete filhos, e formou-se em Ciências Sociais após passar pela Escola de Belas Artes.
Nos anos seguintes, especializou-se em folclore em São Paulo e tornou-se uma das principais pesquisadoras do tema no interior do estado. Em 1988, fundou o Centro de Estudos da Cultura Popular, organização da sociedade civil voltada à pesquisa e preservação das manifestações tradicionais do Vale do Paraíba.
Foi também uma das idealizadoras do Museu do Folclore de São José dos Campos, criado oficialmente em 1997 pela Fundação Cultural Cassiano Ricardo, a partir de proposta da antiga Comissão Municipal de Folclore, da qual Angela fez parte. O espaço se consolidou como um dos principais equipamentos dedicados ao folclore no Brasil.
Além do trabalho técnico e acadêmico, Angela teve papel importante na cultura popular do cotidiano: também em 1988, participou da fundação do Pirô Piraquara, o bloco de carnaval mais tradicional de São José dos Campos, que permanece até hoje como símbolo da folia de rua na cidade.
Com atuação marcante tanto nas políticas culturais quanto na mobilização da sociedade civil, Angela Savastano deixa um legado extenso de defesa da identidade regional. Sua morte representa uma perda significativa para o campo da cultura no Vale do Paraíba e para o folclore brasileiro.
O velório e o sepultamento ocorreram nesta terça-feira (6), com despedida restrita a familiares e amigos próximos.
Foto: Divulgação
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