Trabalho & Carreira

Especialistas alertam para o impacto do etarismo no mercado de trabalho

Ser excluído do mercado de trabalho após os 50 anos pode gerar impactos emocionais importantes, como queda da autoestima, sentimentos de invisibilidade e aumento do risco de depressão

Com o aumento da expectativa de vida e a necessidade de trabalhar por mais tempo, o mercado de trabalho ainda precisa vencer um obstáculo silencioso e prejudicial: o etarismo. Especialistas em longevidade chamam a atenção para o preconceito contra profissionais mais velhos e seus impactos não apenas na autoestima dos trabalhadores, mas também na economia e na competitividade das empresas.

Em 2024, houve um aumento significativo na busca por vagas de trabalho entre pessoas com 50 anos ou mais no Brasil, com São Paulo liderando o ranking de estados com maior número de pesquisas nessa faixa etária. Conforme levantamento do Banco Nacional de Empregos (BNE), o estado contabilizou 181.673 buscas por oportunidades voltadas a esse grupo, além de 84.943 candidaturas concretizadas ao longo do ano.

Mercado de trabalho está aberto para os 50+

Segundo dados da Relação Anual de Informações Sociais do Ministério do Trabalho e Emprego, de 2023 a 2024, o número de empregos formais para pessoas com mais de 50 anos aumentou 8,8%, resultando na criação de quase 700 mil novas vagas. Já as contratações de profissionais com até 49 anos cresceram 2,9%, com a abertura de mais de um milhão de postos de trabalho.

Descartar profissionais por causa da idade é desperdiçar talentos, experiências e conhecimentos acumulados ao longo dos anos. “O etarismo corporativo não afeta apenas o emocional de quem é preterido. Ao negligenciar a força de trabalho madura, a sociedade também compromete a inovação e perde uma vantagem competitiva importante. Experiência e juventude não são opostas: juntas, criam equipes mais fortes e diversas”, afirma Jotta Junior, cofundador do canal Longidade e especialista em neurocomunicação e gestão empresarial.

A exclusão dos trabalhadores maduros também representa um desafio econômico relevante. Com o aumento da longevidade, muitas pessoas dependem da manutenção de sua atividade profissional para garantir independência financeira e qualidade de vida. “Quando o mercado fecha as portas para os longevos, sobrecarrega a previdência social e amplia desigualdades. Incluir trabalhadores de todas as idades é uma estratégia necessária para construir uma sociedade mais equilibrada e sustentável”, destaca o psicólogo Francisco Carlos Gomes, também cofundador do canal Longidade.

Ele ainda reforça que ser excluído do mercado de trabalho após os 50 anos pode gerar impactos emocionais importantes, como queda da autoestima, sentimentos de invisibilidade e aumento do risco de depressão.

Os especialistas reforçam que vencer o etarismo é uma situação urgente. Em um mundo que envelhece rapidamente, valorizar a diversidade etária no ambiente profissional é reconhecer o potencial humano em todas as fases da vida — e uma condição para o sucesso de empresas e da própria sociedade.

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