Bastidores

Câmara autoriza concessão do Parque da Cidade por até 35 anos

Projeto aprovado na última sessão de 2025 libera gestão privada do principal parque urbano de São José, com promessa de investimentos, manutenção gratuita ao público e obras estruturais históricas

Parque da Cidade em São José dos Campos

A Câmara Municipal de São José dos Campos aprovou nesta terça-feira (16), durante a última sessão legislativa de 2025, o projeto de lei complementar que autoriza a concessão do Parque da Cidade Roberto Burle Marx à iniciativa privada por até 35 anos. A proposta, enviada pelo Executivo em outubro, foi aprovada por maioria após semanas de adiamentos, emendas rejeitadas e intenso debate político, encerrando o ano legislativo com uma das votações mais sensíveis e simbólicas da atual legislatura. Entre agora no canal oficial do Diário no Whatsapp e receba notícias em tempo real.

A autorização permite que uma empresa privada, selecionada por licitação, assuma a administração, gestão, operação, manutenção e exploração econômica do parque, mantendo, segundo o texto aprovado, a gratuidade de acesso à população. O contrato ainda não tem concessionária definida, etapa que ficará a cargo do Executivo após a sanção da lei.

O que muda com a concessão

De acordo com o Projeto de Lei Complementar nº 36/2025, o modelo adotado será o de concessão comum, com critério de julgamento baseado no maior valor de outorga, nos termos da legislação federal. A empresa vencedora ficará responsável por um pacote amplo de obrigações, que inclui desde serviços básicos, como limpeza, vigilância e manutenção, até a implantação de novos equipamentos urbanos e culturais.

Entre os compromissos previstos estão a operação de um centro de convenções, a construção do novo Teatro Municipal, o restauro do patrimônio histórico, incluindo estruturas da antiga Tecelagem Parahyba, além do cercamento do parque e da implantação de áreas de alimentação e serviços ao visitante. Ao final do contrato, todos os bens considerados reversíveis passam a integrar o patrimônio do município.

O argumento financeiro do Executivo

Na justificativa enviada à Câmara, a Prefeitura sustenta que a concessão é uma alternativa para desonerar o orçamento municipal, hoje responsável por aproximadamente R$ 4 milhões anuais apenas em custos de manutenção do Parque da Cidade. Segundo o Executivo, para viabilizar todas as melhorias necessárias, incluindo restauros e novos equipamentos, seriam exigidos investimentos da ordem de R$ 167 milhões ao longo das próximas décadas, valor considerado inviável de ser arcado exclusivamente com recursos públicos. Siga o @diariodesaojose.com.br no Instagram.

O texto do projeto afirma ainda que, apesar de sua relevância histórica e simbólica, o Parque da Cidade permanece subutilizado, com áreas fechadas, estruturas degradadas e potencial econômico pouco explorado, situação que, segundo a Prefeitura, poderia ser revertida com a expertise da iniciativa privada, sob fiscalização do poder público.

Votação no apagar das luzes

A aprovação ocorreu em um cenário de pauta sobrecarregada, marcado por projetos que haviam sido travados ou adiados nas últimas semanas, muitos deles cercados de polêmica. O PLC da concessão chegou a receber 19 emendas, das quais 18 foram rejeitadas ainda nas comissões permanentes, sem passar pelo plenário.

A votação consolidou a concessão como um dos atos mais relevantes da última sessão do ano, ao lado da apreciação de temas como o orçamento municipal de 2026 e o parcelamento de dívidas previdenciárias. Com o encerramento da sessão, a Câmara entra oficialmente em recesso parlamentar.

Próximos passos

Com a autorização legislativa, cabe agora ao prefeito sancionar a lei e dar início ao processo licitatório que definirá a concessionária responsável pelo Parque da Cidade. O edital deverá detalhar prazos, investimentos mínimos, indicadores de desempenho e mecanismos de fiscalização, além de garantir, formalmente, a manutenção do acesso gratuito ao público.

A concessão do Parque da Cidade passa, assim, do campo do debate político para a fase de execução administrativa, abrindo um novo capítulo na gestão de um dos espaços públicos mais emblemáticos de São José dos Campos.

Foto de capa: Divulgação

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