Bastidores

Anderson crava apoio de Lino e Chagas, mas bancada do PL reage e nega adesão ao governo

Falas de Anderson Farias e do secretário Jhonis Santos incomodam parlamentares do PL, que assinam nota conjunta reafirmando independência na Câmara

Falas de Anderson Farias e do secretário Jhonis Santos incomodam parlamentares do PL, que assinam nota conjunta reafirmando independência na Câmara

As recentes declarações do prefeito Anderson Farias (PSD) e do secretário de Governança, Jhonis Santos, sobre a presença de vereadores do Partido Liberal (PL) na base de apoio do governo municipal não passaram despercebidas. O movimento, que parecia representar uma consolidação da base na Câmara, provocou reação imediata da bancada do PL, que publicou nota oficial negando adesão e reafirmando sua posição de independência.

A declaração mais contundente partiu do próprio Anderson, em entrevista à rádio CBN Vale, no dia 14 de julho. Questionado sobre uma suposta aproximação com os vereadores Lino Bispo e Roberto Chagas, o prefeito foi direto: “Podemos afirmar que são da bancada do governo. Voltam das férias já nas reuniões de bancada com o Executivo. Já estivemos juntos no passado, e agora voltamos a trabalhar juntos.”

Em seguida, foi a vez do secretário de Governança, Jhonis Santos, reforçar o tom em nova entrevista, dessa vez no dia 18. Sem rodeios, ele mencionou os dois vereadores do PL como parte de um ambiente político mais estável e harmonizado. “Esses dois vereadores são do principal partido de oposição. A gente precisa construir, não é um apoio cego. Eu conversei com todos os vereadores. O resultado disso é um clima mais pacificado”, disse, apostando num cenário de articulação sem confronto.

Mas a reação veio rápido: alguns dias depois da fala de Jhonis, os cinco vereadores do PL divulgaram uma nota conjunta negando qualquer alinhamento automático com o Executivo. A mensagem, apesar de institucional, teve um recado claro: “Todos os nossos parlamentares permanecem independentes ao governo municipal. Seguiremos atuando com autonomia, votando a favor do que for bom para a cidade, mas também contra o que for ruim.”

O texto também rechaça o que chamou de “tentativas de rachar a bancada joseense” e reforça o compromisso da legenda com a unidade interna. Apesar do tom respeitoso, a nota evidencia o desconforto com a fala do Executivo e a tentativa de antecipar um apoio que, pelo menos oficialmente e, por enquanto, parece não existir.

Enquanto o governo busca ampliar e sinalizar publicamente sua base de apoio, o PL quer preservar sua autonomia e evitar o desgaste que uma adesão precoce pode trazer. O Executivo tenta demonstrar força e estabilidade. O PL, por sua vez, faz questão de mostrar que tem identidade própria e que não será empurrado para o campo governista sem avisar.

A política joseense entra no segundo semestre com faíscas visíveis. E o xadrez segue em movimento.

Os próximos lances — reuniões, votações e bastidores — você acompanha aqui no Diário e com lupa na coluna Bastidores.

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