O youtuber Felipe Bressanim Pereira, de 27 anos, conhecido como Felca, natural de Londrina (PR), é hoje um dos nomes mais populares do YouTube brasileiro. Com mais de 4,8 milhões de inscritos no canal e 11,6 milhões de seguidores no Instagram, ele conquistou público com vídeos de comédia e ironia sobre fenômenos da internet. Mas, na última quarta-feira (6), o tom leve deu lugar a uma abordagem séria e contundente.
Em um vídeo de quase 50 minutos, que já ultrapassa 23 milhões de visualizações, Felca denunciou o influenciador paraibano Hytalo Santos por expor crianças e adolescentes em conteúdos que, segundo ele, promovem “adultização” e “sexualização precoce”. Entre os casos apresentados está o de Kamylinha, que aparece nos vídeos desde os 12 anos em danças sensuais, interações amorosas e festas com adultos. O youtuber também mostrou cenas que considera alarmantes, como dois menores sob o mesmo cobertor e um adulto exibindo roupas íntimas.
A denúncia atraiu atenção de figuras como o deputado Nikolas Ferreira e o influenciador Felipe Neto, além de gerar mobilização contra a exposição de menores nas plataformas digitais. Após a repercussão, o perfil de Hytalo no Instagram saiu do ar.
“Ela se tornou mais produto do que humano”, disse Felca, destacando o impacto da exposição precoce.
Repercussão nacional e reação nas redes
Felca afirmou já ter processado mais de 200 pessoas por difamação e prometeu doar os valores recebidos a instituições de caridade. Ele também propôs um acordo para encerrar processos: doação de R$ 250 a entidades indicadas e pedido público de desculpas.
“O que vocês estão prestes a ver é um assunto extremamente sério e eu me comprometo com qualquer consequência que possa vir de mexer nesse vespeiro”, declarou Felca no início do vídeo.
Mais que humor, um posicionamento
Conhecido por vídeos que viralizam no humor, Felca agora assume também o papel de voz ativa na defesa da infância online. Ele já falou publicamente sobre ter ansiedade social e depressão, experiências que, segundo afirma, aumentaram seu engajamento emocional na causa.
A denúncia segue gerando desdobramentos e pode desencadear novas investigações sobre exploração e abuso infantil no ambiente digital.
Muitos destacaram que o vídeo não foi monetizado, evidenciando que a intenção principal do influenciador foi levantar um debate importante, sem foco em lucro. “Máximo respeito”, escreveu um usuário, resumindo o tom predominante das reações.
Entre os elogios, seguidores ressaltaram a postura combativa de Felca em temas delicados. Comentários lembraram que ele já enfrentou fenômenos polêmicos da internet e agora direciona esforços contra a pedofilia, sendo apontado como um “influencer de verdade”. Outros comentários pedem proteção e reconhecimento pelo trabalho, comparando sua atuação à de figuras que deveriam estar no Congresso.
Profissionais também se manifestaram, como uma psicóloga entrevistada no documentário produzido por Felca e uma tradutora que se dispôs a criar legendas em inglês para ampliar o alcance do conteúdo no exterior. Em meio a tantas manifestações, o consenso é que Felca usou sua visibilidade para uma causa de grande relevância social, mostrando que é possível utilizar a internet para o bem.
Foto: Divulgação
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